CASAN – Desperdício de 40% na agua captada para tratamento
Mananciais no sul com capacidade de vazão bem acima da média captada, e aquíferos que garantem parte do abastecimento da região norte da Ilha de Santa Catarina. Não é a estiagem que afeta o sistema de tratamento e distribuição de água na Grande Florianópolis, como ocorre atualmente em São Paulo, mas a falta de infraestrutura para suportar demanda da alta temporada, quando a cidade duplica sua população. Um relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE), feito em 2010, já apontava um desperdício de 40% na água captada para tratamento.
Outro documento, da Agência Nacional de Águas (ANA), Florianópolis deveria produzir 1.647 litros por segundo de água para atender a sua população em 2015 – em torno de 500 mil habitantes. Atualmente, o sistema já produz uma vazão de 1,7 mil litros por segundo, mas no verão a cidade chega a receber 1,5 milhão de turistas que não entram no cálculo da agência reguladora. Resultado: população e economia perdem.
A diferença para São Paulo
A situação de Florianópolis é diferente de São Paulo por causa da área de preservação ambiental (APP) Parque da Serra do Tabuleiro.
A criação do Parque da Serra do Tabuleiro na década de 1970 garantiu a preservação das principais nascentes do sistema de abastecimento. A cidade está rodeada por uma APP e isso precisa ser mantido, sugerem especialistas.
Qualidade da água e esgoto em xeque
Porém as ocupações irregulares e até a agricultura perto das nascentes já preocupam técnicos do programa Vigilância em Saúde da Prefeitura de Florianópolis, que fazem análises permanentes da qualidade da água em diversos pontos da Capital e já multaram a Casan em R$ 12 milhões nos últimos seis anos.
– A ocupação desordenada pode contaminar as nascentes por causa das fossas. Com relação à agricultura, o maior problema é o uso de agrotóxicos. Ainda não temos equipamento para testar essas substâncias na água, então ainda é um mistério o grau de contaminação – revela Vanessa da Cunha Rocha, analista do Vigilância em Saúde.
De acordo com a concessionária, as punições estão sendo discutidas na Justiça. Além disso, o tratamento do esgoto feito pela Casan em Florianópolis ainda não está completamente regularizado. Das seis estações de tratamento de esgoto (ETEs), apenas duas possuem licença ambiental de operação cedida pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fatma).
Segundo a fundação, “as ETEs Saco Grande, Insular, Barra da Lagoa e Lagoa da Conceição estão buscando regularização através de um Termo de Compromisso junto a Fatma. Este termo está em avaliação técnica para determinar metas e prazos a serem atendidos”.
Pois então, nosso problema não é quantidade de agua e sim como mantê-la não contaminada, e em quantidade suficiente para quando chegarem os turistas, alguém avise a Casan que o verão está perto, por favor!
Fonte: Dario Catarinense
http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/economia/noticia/2014/11/sistema-da-casan-e-insuficiente-para-tratar-quantidade-de-agua-de-mananciais-da-ilha-de-santa-catarina-4639989.html