A vida de uma família de Guaramirim mudou por completo quando Nicolas Fernando Henrique Leite, de um ano e oito meses, foi diagnosticado com um tipo de leucemia comum em adultos, em maio deste ano. Após passar por um forte tratamento de quimioterapia e mais de dois meses de internamento em Joinville, o pequeno continua à espera de um doador de medula óssea compatível.
A batalha começou com uma infecção no ouvido, em fevereiro. A mãe, Anisia Leite, conta que ele tratou a infecção, mas que ela voltou a aparecer. Depois de diversos exames, foi constatado que 87% das células de Nicolas eram cancerígenas. Nicolas foi transferido para Hospital Materno Infantil Dr. Jeser Amarante Faria, em Joinville, e começou as sessões de quimioterapia.
Neste período de internação, a mãe teve que sair do emprego, os irmãos, Theylor e Rafael, foram morar com uma tia e o pai, Fábio Fernando, continuou trabalhando para manter a casa. E todos se mudaram para Jaraguá do Sul. Segundo Anisia, foram momentos difíceis, pois Nicolas teve todas as reações possíveis durante as quatro sessões de quimioterapia. O garoto deveria ter realizado seis sessões, mas parou na quarta por causa de um problema cardíaco que estava desenvolvendo.
– A doença de Nicolas é comum em adultos, por isso, a quimioterapia é muito severa. Ele passou de 13 para nove quilos. Durante um mês, ficou se alimentando pela sonda ou injeção de alimentos na veia e teve hemorragia interna – relembra a mãe.
Agora, Nicola engordou e voltou a ser o menino alegre de antes. O quadro da doença está estável, mas a mãe do garoto destaca que é comum a doença voltar a atacar o organismo da criança até os cinco anos. Por isso, a luta para encontrar o doador compatível.
– O Nicolas ainda não está cadastrado no Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (Redome). Peguei os resultados nesta semana e, na próxima segunda-feira, iremos descobrir se somos compatíveis, mas é importante as pessoas realizarem o cadastrado porque se não ajudarem Nicolas, podem ajudar outras pessoas – explica.
Baixa nos cadastros
Depois que o menino Henrique Nietzke, de três anos, encontrou um doador de medula óssea, os cadastros na unidade do Hemocentro de Santa Catarina (Hesmosc) de Jaraguá do Sul reduziram. A responsável, Raquel Aparecida Ribas, conta que o habitual eram de dez a 25 cadastros por dia, mas, atualmente, os registros não passam de seis por dia.
– É importante que as pessoas continuem se cadastrando. Temos cinco pessoas da região que precisam de doadores. Fora as pessoas pelo Brasil e mundo a fora – afirma.
Na próxima terça-feira, Henrique Nietzke irá realizar o transplante de medula óssea. O doador é da Alemanha. A mãe de Henrique, Sandra Regina Fridrich Neitzke, contou que o filho passou por todos os exames e realizou mais uma sessão de quimioterapia, mas está reagindo bem ao tratamento.
Para ser um doador, é necessário realizar um cadastro no Hemocentro. A unidade jaraguaense fica anexa ao Hospital São José e atende das 7 às 16 horas. A pessoa deve ir à unidade e retirar uma senha para aguardar o atendimento. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (47) 3055-0454.
Por Chayenne Cardoso – Diário Catarinense